sexta-feira, 3 de julho de 2015

Momento inbox

- Bom dia. Desculpe, mas minha memória visual é péssima! Emoticon smile
- E eu tenho o que a haver não te conheço
- Certo, mas você me adicionou, é só conferir no canto da tela. Se foi engano, tudo bem. Paz!

quarta-feira, 1 de julho de 2015

Nossa dose diária de cólera

Uma pessoa pode ter milhões de motivos para odiar seus governantes e deve ter SEMPRE garantido o seu direito de criticar, de ironizar, de rechaçar cada atitude deste contra seus direitos e sua qualidade de vida. Mas vejamos agora que exemplo maravilhoso de que ânimos também podem se cobrir sob este fino lençol de indignação. Todo esse ódio (há outro termo pra isso?) é mesmo contra uma situação politica? Se Dilma fosse homem, uma "manifestação" como essa ou equivalente provavelmente jamais seria feita. Sejamos algo mais do que macacos de auditório, O MACHISMO MATA E OPRIME TODO DIA!

Duas perguntas não-retóricas:
1) Se o atual governo caísse e de imediato assumisse outro apoiado por pessoas com pensamentos dessa ordem (ou pelo menos omissos acerca do enfrentamento disso), que tipo de país ele teria para lhe oferecer?
2) Você pode dizer que não concorda, mas tem andado com gente que acha isso natural? Por que você está ao lado delas?

#‎MachistasNaoPassarao‬

sexta-feira, 5 de julho de 2013

Licença poética

Me cansa a coerência, o pudor, a média ponderação sobre tudo, quando dizer, como chegar, se posso carregar, se é meu este lugar. Tamanha náusea me traz o hiato antes do fosso, onde desconheço o grosso entrelaço do tecido em que ora me meço - imensa paúra - é toda torta a estrada em que transitam mulheres, homens e endereços, o sol em minhas costas e todo o chão à nossa frente.

Foto: Cartier Bresson

terça-feira, 11 de junho de 2013

E que toda tristeza de tudo não dure mais que um dia.

domingo, 10 de março de 2013

Entrelaços




"Sou composto de partes

Não muito conexas

Que se juntam

E separam

E às vezes dizem sim"

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

De frente pro crime

E valendo 19 pontos no abdome, a palavra da noite é:

===> Adenocarcinoma mesotelial bem diferenciado de cólon sigmóide

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Enfim, sós

Campanha de 1919 de combate ao uso do álcool nos Estados Unidos - era um anúncio SÉRIO.

"Lábios que toquem bebida não tocarão os nossos"
Galera, na boa... Olhando bem pra foto, alguém parou de beber ou o efeito foi contrário???



Este post também marca o dia em que eu cedi a insistência da Doutora Tôska, vulgo Marina, e entrei no Facebook. Foi muita pressão...

domingo, 14 de agosto de 2011

Dia dos Pais

Painho e Otávio, novembro de 2006

Eu ainda não tinha me dado conta de ter tão poucas fotos dos dois juntos. Hoje também me ocorreu o fato de não ter nenhuma foto adulta de meu irmão do meio (como assim nenhuma??), quase nenhuma de minhas tias e nenhuma de meus avós maternos. Só a lembrança.




O perigo de ter das pessoas mais recordações do que propriamente convivência é o viés de memória. E como nos engana a tal da memória.



Por um longo tempo, a idéia de "família" me remetia a impressão de algo difícil de assimilar, pesado de carregar e complicado de conviver. Por que? É complicado explicar, até porque eu mesmo ainda não entendi. É complicado explicar que mesmo assim os amo, assim como é complicado entender porque comigo amor sempre se expressou com uma forma de cuidado. Talvez porque seja mais fácil elaborar dessa forma. Talvez porque amor também seja um processo de aprendizagem. Ou talvez porque eu simplesmente seja muito burro pra algumas coisas.

Ou várias delas.

domingo, 31 de julho de 2011

Permanências




























quinta-feira, 23 de junho de 2011

A PAZ

A gente envelhece pra ir descobrindo o quanto ainda conhece pouco de si mesmo.

Os Tibérios Boys Band 
(piada interna)


Eu não sabia de quanta falta eu sentia de noites com cheiro de brasa e doce, com pontos luminosos riscando o céu e explodindo no final, dos olhos e nariz querendo arder pelos pequenos incêndios defronte as casas.

Eu não sabia que sentia falta de noites com Luiz Gonzaga tocando uma música diferente ao mesmo tempo a cada três ou quatro moradias. Tampouco eu tinha noção do estranho e bonito mosaico que é você subir no telhado de casa e ver que toda esta cena se estende para os 4 lados de onde você mora.

Como é que se pode olhar para o relógio, constatar que são mais de 11 da noite e soltar um sorriso pelo canto da boca ao perceber que desde as 18 HORAS o barulho dos fogos no céu se propõe interminável? Nunca imaginei ser possível sentir falta da sensação de fumaça diluída no ar, impregnando toda uma cidade por uma semana inteira, se entranhando em nossas casas, móveis e roupas. E assim, sutilmente, nos lembrando de quem somos.

Que burro! Dá zero nele!
E hoje, após dois anos, eis que de repente estou de volta a uma noite em que cada minuto é isso. E até esse momento, eu simplesmente não percebia nada disso. Tadeu, cara, às vezes você é uma anta! Volte pra terapia!

Mas o que tem a ver essa foto acima, do início de janeiro? É que foi em ocasiões assim que eu fui  admitindo onde realmente não era o meu lugar. Assim, estamos aqui. Olá, estou de volta! Maceió? Não, mas tão perto quanto foi possível. Muito prazer, Juazeiro, tem sido realmente  muito bom conhecê-lo!

Não deu pra reconhecer os meliantes de trás na foto? Eis um novo foco:
"ESTOU NO CELULAAAR, FALANDO DE UM BAAAAR... / BEBI TODAS PRA PODER LIGAAAR..."



Agora, sem filosofia, OLHA QUE LINDO ISSO:
Geraldo Azevedo & Moraes Moreira - Petrolina e Juazeiro




E também hoje, longo dia, Tânia Maria de Almeida Cavalcante completaria 51 anos.
Ela adorava Luiz Gonzaga, Moraes Moreira e festas de São João.
A paz.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

A Sagrada Família XIV - Inominável




"- Eu lhe odeio, todas as tias odeiam você!"


Às Bestas, o inferno.

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Tamanha necessidade

Tão roto quanto um coração que lateja,
Aos que tem alma, saibam
Ela pesa

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Resta dizer

Todos os dias o sol é o mesmo, mas sob ele mudam todas as coisas.
A mim já disseram, sei, pequenas obsessões carrego nos dentes. E o que vejo são necessidades imediatas, irremovíveis e pétreas,  em natureza de brasa viva, como vontade de andar à noite, chegar à orla, com os pés cavar-me na areia e de braços em haste, esperar o rugido do vento que corta. Por descuido ou caso pensado, salgar a boca e sentir o cheiro de sargaço e maresia, de bichos e homens, da festa que foi o dia e do sol que ali demorava. No lento raiar de minutos, deixar a salina cobrir as lentes e voltar a rota com a maré na pele, como se nesta presente casca se pusesse uma segunda tez.

domingo, 17 de abril de 2011

Urbanismos VI

São Paulo, cruzamento da Pedro de Toledo com a Machado Bittencourt, cerca de 23h.

Uma esquina.
Amarrado a um poste, um reboque.
E ao lado, guardando o equipamento, um ser humano. A foto foi um impulso inevitável.

Tem coisas que só o capital faz por você!

"O trabalho enobrece e qualifica o cidadão", já dizia minha professora de Educação Moral e Cívica na quarta série (vulgo E.M.C.). Simples assim. Minha geração cresceu nutrida pela grossa fatia ideológica servida pela escola, pela mídia, pela igreja e pelos pais, estes tão vítimas da alienação quanto nós.

Esta frase também era estrofe de uma música contida um um antigo LP da Patotinha, um grupo musical infantil do início dos anos 80, ícone das crianças da minha geração numa época pré-Xuxa, Angélica e genéricas afins. Eu, meu irmão do meio e até minha mãe adorávamos esse vinil:

"Todo dia de manhã bem cedinho/

O papai sai pra trabalhar/

Que orgulho eu sinto do meu papaizinho/

Que não deixa para nós nada faltar/

Ele sempre diz pra gente que o trabalho/

Enobrece qualifica o cidadão./

Quem trabalha, ou estuda/

Só ajuda no progresso da nação..."
(Salve o trabalhador/Arthur Moreira)

Naquela época, com sete anos e a pecha de ler indistintamente tudo que me aparecia, eu acreditava na minha vaga noção de democracia, estado e igualdade de direitos. Acreditava, sem perceber as contradições, que a meta final do sistema educacional era o trabalho, e que o trabalho, tal qual uma mágica força viva, se imporia como um pilares centrais da vida de todos os homens. Os valores positivistas da sociedade patriarcal judáico-cristã nos eram entregues de bandeja, sem questionamento e com o melhor dos sorrisos, como bons soldadinhos, focando a formação da boa e dócil mão-de-obra que azeita as engrenagens do sistema e se borra toda pela manutenção da ordem. Enfim, dentro do capital, felicidade é um estado de ignorância. Mas como dizia um ex-preceptor e bom amigo , as pessoas mais felizes são as que melhor escolhem as suas ilusões.

Procura-se um vinil
Lembrar da Patotinha me rendeu alguns minutos de boas lembranças enterradas. Qualquer dia ainda vão sintetizar isso em laboratório, colocar em pílulas e vender a algum preço inacessível. E após a digestão de nossas memórias, o sistema arrotará em nossas caras que até nossa nostalgia pode ser reduzida ao fetiche da mercadoria.

Propaganda ideológica para crianças é uma das faces mais pavorosas do capital; tudo pode ser maquiado como lúdico quando ainda nos falta crítica e compreensão. Mas se você nunca ouviu falar em E.M.C. ou sequer em O.S.P.B. (Organização Social e Política do Brasil, cof-cof-cof...), muito menos vai lembrar da Patotinha. Procurei a música pra postar aqui, achei que escapava à memória do Google... mas por incrível que pareça, estava lá. Segue no fim do post.

E pensar que esse carretel de pensamentos começou com um senhor dormindo no chão em uma esquina. Será que eu tenho que procurar o que fazer ou já estou fazendo? Melhor parar de fazer pergunta difícil...



E aqui, pra saudosistas e curiosos, o álbum completo: http://www.sendspace.com/file/8c870y

domingo, 10 de abril de 2011

Memorário II




Confesso que em poucos dias, os dias vão mudar.




...e eu quase lamento de tão pouca saudade.



É... não tão pouca assim
:)

domingo, 27 de março de 2011

Memorário



Declaro minha vasta incompetência social, minhas vontades estranhas, meus medos vitais e minha total desorientação espacial que me faz ver o novo em lugares que já passei.

Tadeu Brandão



A imagem veio do blog do Tsering!  Que ele não me processe por uso não autorizado, mas a foto é linda.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Sinal dos tempos

Traz o uísque!


Cara... GRANIZO em São Paulo?? É sério que por aqui tem isso? E hoje foi na cidade quase toda! Piração, na hora parece até que tem alguém no céu jogando pedras em você!


Dentro das casas o telhado fica dando estalos, negócio estranho. Aliás, agora vamos mesmo ter que mandar reparar o telhado do quarto do Pinky ou qualquer dia ele acorda coberto com o forro de gesso.
 
A foto veio do site G1.com.br

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Amargo



Não são os sonhos o que existe, o que existe é a realidade. 


E a todas coisas, a todo momento, insiste ela em se sobrepor. 



sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Desce!


 


A melhor coisa do vídeo é a cara da platéia do Serginho Groissman, tão a vontade quanto se tivesse levado um choque.

sábado, 27 de novembro de 2010

A GUERRA

A guerra começou no final de janeiro. Amanheço pro céu branco de São Paulo, querelante é o som da rua. Na TV o telejornal ameaça que a umidade vai chegar a 12%, meus lábios vão quase a rachar, minha boca esteve seca a noite inteira e levantar cedo pra tomar banho nesse frio é um ato só realizável se regado a uma encadeada seqüência de palavrões. E estaria tudo muito simples se aí se resumisse a rusga.

Clichê paulistano (que maldade, um clichê desses eu também queria!)
Paulistanos sempre dizem amar a cidade, mas fora a cidade, eles devem se odiar. Há de haver um motivo plausível para o plantel de tantas caras amarradas, para a rasa cordialidade com que se atropelam nas calçadas e que se expressam uns aos outros, para a naturalidade do não-olhar ao próximo ou para os headfones no metrô, quase tão comuns quanto as orelhas, fechando a equação do "não me interrompa". Mas é uma generalização e, como toda generalização, não é justa. Isso inclui o que se segue.


Nosso confesso desamor se fez expresso e tão primordial quanto minha presença aqui. Gostei dos cinemas, dos cafés, da generosa quantidade de alfarrábios e cursos que nunca chegariam a Maceió. Mas detestei me habituar a ficar no vácuo após dar bom dia, ao baixo esforço social dos nativos com desconhecidos, a ver pessoas sozinhas mudarem o lado da rua se vêem um estranho no lado oposto. Realmente, eles devem ter que tomar muito cuidado com eles mesmos. Uma colega que já mora aqui há bem mais tempo me comentou, entre risos, que o paulistano costuma ser educado em duas ocasiões: quando quer lhe vender alguma coisa ou quando quer lhe pedir alguma coisa.
"- Foi a impressão que tive assim que cheguei aqui".
"- Então depois mudou?"
"- Não, me acostumei."


De início achei que fosse rejeição ao sotaque ou mesmo um justificado medo de assalto, até perceber que aqui coisas assim vão no automático, paulistanos com paulistanos, cariocas, coreanos, libaneses, chineses... e todos uns contra os outros. Eu não saberia viver em um lugar onde, por "n" motivos, uma pessoa se condiciona a esperar pelo pior vindo de seu semelhante. Por razões inversas, felizmente é possível identificar quando aqui se está lidando com mineiros ou nordestinos, que cá estão em quantidade. Uns ficam, outros voltam, mas nesta leva minha vez ainda não chegou.





Foto: Lucia Sekijima (fragmento), sobre obra da gaúcha Regina Silveira, atualmente exposta na fachada do MASP. E abaixo, inevitavelmente, Tom Zé, na primeira faixa de seu primeiro álbum, com a mais intestina das descrições de São Paulo.





São São Paulo (1968)