sexta-feira, 8 de dezembro de 2006

Réquiem para Stalin

Mood:  celebratory



Vocabulário:

A Correnteza: grupo político-partidário formado quase exclusivamente por jovens e adolescentes, vinculado ao Partido Comunista Revolucionário - PCR, servindo-lhe como correia de transmissão entre os estudantes, dada sua significativa inserção em escolas, colegios e grêmios secundaristas. Isso também justifica a composição etária do partido, posto que a maioria se agrega a ele ainda em fase de formação, e continua aproximada devido a laços de amizade, reproduzindo sem questionar (e sem compreender) os ditames do mesmo.

PCR: partido político brasileiro não-oficial, sem existência legal, mas fatual, que declara ter como referencial teórico Josef Stalin, se auto-proclamando como uma corrente marxista-leninista - corrente filosófica que na verdade não existe, sendo apenas uma máscara para idéias e práticas estalinistas. Aos olhos do público geral, são mais identificados pelas pichações "Manoel Lisboa Vive!", presentes em paredes de ruas de várias capitais do nordeste... Já no meio político organizado, são conhecidos pela incapacidade argumentativa de seus membros, pela formação teórica exígua e pela tendência a recorrer a brutalidade e ameaças quando confrontados, o que reflete sua opção teorica por Stalin.

Josef Stalin (1879-1953): ditador que centralizou e personificou o controle da antiga União Soviética, após a morte de Vladimir Lenin. Líder político medíocre, com produção teórica resumida a cadernos (brochuras) de aforismos - algo como "máximas de Stalin". As limitações cognitivas de Stalin eram compensadas com mortes em série de membros de seu partido, a seu próprio mando (o chamado "expurgo"), única forma que o limítrofe Stalin parecia perceber para conseguir se manter no poder. Entre as mortes encomendadas, estão a de Leon Trotsky (então o maior teórico vivo da Revolução Russa), a de Nadezhda Krupskaya (companheira de Lenin) e as de quase toda a familia da segunda esposa do proprio Stalin, Nadya Alliluyeya - que se suicidou com um tiro na cabeça, minutos depois de flagrá-lo na cama com a esposa de um membro do partido, em seu apartamento no Kremlin, após a festa do décimo quinto aniversário da Revolução. Morta a esposa, o odio pela situação criada recaiu sobre seus familiares, e os que não foram mortos, foram presos e enviados a Sibéria (a cunhada Anna foi condenada a dez anos de solitária).

Também é digna de nota a execução sumária de mais de VINTE generais de alto escalão do exército soviético, em pleno processo da segunda guerra mundial, arriscando esfacelar todo comando militar da URSS e entregá-la de bandeja para os alemães de Hitler, que ja avançavam território adentro, em direção a Moscou. Dado a auto-idolatrias e mimos afins, Josef Stalin apresentava ainda recorrentes sinais psicóticos (citem-se megalomania, delírio persecutório, ambivalência afetiva e hetero-agressividade), aparentando ter especial atração por envenenamentos e difamações... Não é demais lembrar que pesa ainda sobre Stalin o grosso da culpa de ter distorcido e propagado, para o resto do globo, a imagem de uma suposta nação socialista, quando tudo que fez, na verdade, foi criar uma ditadura com monopólio estatal e bandeira vermelha.

Antecedentes criminais (mais recentes) do PCR/A Correnteza: uso de força física para coação da comissão eleitoral responsável pelo ultimo pleito para o Diretorio Central dos Estudantes da Universidade Federal de Alagoas, aproveitando-se da pouca experiência dos concorrentes sérios e do irresponsável apoio passivo de duas outras chapas sem qualquer compromisso com a construção do movimento estudantil, não tendo outro foco que não a disputa pelo aparelho do DCE/UFAL. É conhecido o uso da violência como prática corrente entre os agentes do PCR, havendo casos de militantes de outras tendências que foram espancados, ao passarem sozinhos próximo a grupos de membros do partido, na cidade de Recife.

A consequência: tiveram sua chapa para o DCE impugnada em assembléia de estudantes (07/02 último, no auditório da reitoria/UFAL), por ampla maioria, após terem sido denunciados, desconstruídos e humilhados publicamente. Apenas eles próprios votaram na não-impugnação, após apresentarem declarações de defesa sem qualquer coerência ou fundamentação, mesclando truculência, desespero e a negação sistemática do que já era público e notório.

quinta-feira, 31 de agosto de 2006

O Silêncio

Mood:  celebratory


Não, esse não é um post repetido. Ele reapareceu novamente:O Grito, de Edvard Munch, foi recuperado HOJE, após ter sido furtada pela segunda vez. 

Somando-se o tempo em que esteve desaparecido, o quadro já permaneceu dois anos e três meses em mãos desconhecidas. 

Dado o grande período sem notícias ou pedido de resgate, a preocupação de sua curadoria já não era que a obra não fosse recuperada, mas que houvesse sido destruída, como forma de eliminar as provas. 

De volta, mais uma vez. 

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A quem interessar possa: eu e o Pequeno Fontan passamos no concurso de Atalaia!


quarta-feira, 28 de junho de 2006

New York Fashion Week

Mood:  silly


Todo trabalho socialmente necessário tem que ser muito bem remunerado. Os professores, os médicos, os bombeiros, os jornalistas, padeiros, psicológos, artistas de circo, os coletores de lixo, os filósofos, os cuidadores de idosos, os biólogos, os lavradores...

Porém... afinal de contas que remuneração vale uma "promotora de moda"??

MAS VOCÊ ACHA QUE ELA GANHA QUANTO????

Agora, compara com o seu salário...

domingo, 7 de maio de 2006

Prestando contas

Mood:  caffeinated


Sem tempo pra atualizar por esses dias...
Por enquanto só correria, mas eu volto!

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Diversão do dia: eu e o Pequeno Fontan indo fazer prova do concurso pra Médico-PSF em Atalaia.

quarta-feira, 12 de abril de 2006

Urbanismos III

Mood:  lyrical


Me lembrou alguma coisa de um Portinari, não pelo estilo, mas pela temática. Está "exposto" no muro da frente de uma pousada na entrada da cidade. Mais uma surpresa de Porto Real do Colégio...

Obra de Orlando Santos, artista local.

domingo, 2 de abril de 2006

JÁ!

Mood:  don't ask


"Você já tentou varrer a areia da praia?
Já ficou no escuro 
ouvindo o canto da cigarra?
Já ficou no espelho rindo 
sozinho 
da sua cara?

Já dormiu sem ninguém 
num canto de rodoviária?
Já dormiu com alguém por migalha?
Você já tentou varrer a areia da praia?

Você já tentou varrer a areia da praia?
Já perdeu a hora 
quando o tempo pára?
Já gritou uma palavra 
até perder a fala?

Já colocou todas as roupas do armário na mala?
A sua casa já desmoronou no meio da sala?
Você já tentou varrer a areia da praia?

Já quis demais alguma coisa já?
Quis alguma coisa já?
Jamais quis alguma coisa já?
Já?

Você já tentou varrer a areia da praia?
Já viu sumir a última 
estrela da madrugada?
Já ficou um dia, um mês, um ano 
sem fazer nada?

Já colocou todas as roupas do armário na mala?
A sua casa já desmoronou no meio da sala?
Você já tentou varrer a areia da praia?

Jamais quis alguma coisa já?
Quis alguma coisa já?
Já quis alguma coisa já?
Já?"

(Titãs, no álbum Tudo Ao Mesmo Tempo Agora, 1991)

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Gravura: um momento de desespero, por Edward Munch (Noruega, 1863-1944) na obra "O Grito", uma das imagens mais batidas da internet, mas nem por isso menos significativa. O quadro foi roubado pela segunda vez em agosto de 2004, do museu de Munch, em Oslo, e até agora não se sabe o seu paradeiro. Se alguém tiver mais curiosidade, dê uma olhada aqui.

quinta-feira, 23 de março de 2006

Urbanismos II

Resgatando do antigo blog, irá para a data original na próxima atualização.

Mood:  incredulous
A mais ou menos 190 km de Maceió encontra-se a cidade de Porto Real do Colégio. Sempre que vou a São Brás, o ônibus dá uma parada em frente a uma praça de Porto Real do Colégio, onde está posta a estátua de um jogador de futebol, sem nome, sem identificação, sem nenhuma placa que informe quem é o elemento, a não ser um número cinco pintado nas costas e uma pixação escrita com corretivo liquido "Daniela 100% Gostosa" (e eu acho que o nome dele não é Daniela, muito menos gostosa!).

Considerando minha curiosidade patológica - que já vinha sendo fermentada há quase dois meses - semana passada, tentando desvendar o mistério, parei a viagem de volta no meio e desci na praça. Pra minha decepção, ninguém sabe quem é o cara! O comerciante do mercadinho defronte a praça só sabe dizer que a estátua estava em outro ponto da cidade, mais interno, e há coisa de cinco anos foi colocada lá.

Pois bem, eu já tinha ouvido falar em homenagem ao "Soldado Desconhecido", ao "Cadáver Desconhecido", mas agora, em primeira mão eu lhes apresento a
HOMENAGEM AO JOGADOR DESCONHECIDO!
(porque os operários da bola também merecem entrar pra historia, por que não?)

quinta-feira, 16 de março de 2006

Acenda uma vela

Mood:  bright




A foto, que ficou prejudicada pelas condições de luz da praia e pelas condições etílicas do fotógrafo (no caso, eu), é um pedaço de uma das edições do projeto Acenda Uma Vela, promovido pela Ideário Comunicação. A "tela" utilizada para projeção são velas de jangadas de pescadores e os pontos de exibição são praias do litoral de Alagoas.

Essa, especificamente, foi tirada em uma exibição de 11/02 último, feita no Posto 7, Praia de Jatiúca, Maceió/AL. Após as exibições - geralmente de curta-metragens e outros materiais que de outra forma nunca conseguiriam espaço no circuito comercial, muito menos em Alagoas - são feitas discussões em torno da temática central dos filmes, sob coordenação do cineasta alagoano Hermano Figueiredo, idealizador do projeto. Uma ideia genial que espanta menos pela criatividade do que pelo fato de estar conseguindo ser realizada em um estado que se acostumou a fazer "arte de subsistência".

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Pode crer que era pra eu ter postado isso já tem uma cara...

terça-feira, 7 de março de 2006

O exorcismo

Mood:  chatty
 



Um dia você acorda, pisca, se espreguiça... e quando olha de repente já se passou metade da sua vida. Trinta anos. Cara, eu cheguei mesmo nesse mundo há 30 anos? Deve ser estranha a sensação de ter trinta... algum dia talvez eu descubra, mas não vai ser agora. Aliás, muito menos agora...

Mas três dezenas completadas longe de Maceió, dos meus amigos, da minha raça, da minha vida, num lugar em que o celular passa 70% do tempo fora de área e internet é sonho. QUE M*RDA!!!!

Espero que quando eu fizer 40 as coisas sejam menos insípidas... Aliás, 40 o escambal!! 31! Daqui pra frente vou comemorar todos os meus aniversários!

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2006

Pequeno Roteiro da Saída do Funil

Mood:  incredulous



 # Quarta, 15 de fevereiro - Colação de grau:

Tanto tempo e tanto barulho por um pedaço de papel. Um diploma. Por um pedaço de papel que tenta e não consegue provar que você é mais que gente, escondendo a muito custo que você é apenas mais uma pessoa no mundo, que igual a todos os outros, um dia irá pra debaixo da terra. Mesmo que tantos que o recebem logo esqueçam disso (cara, será que se eu começar a pensar assim também vou ficar feliz? >8-))). Mas um diploma mostra que você é alguém que, de uma forma ou de outra, teve uma chance. Cerimônia chata, longa e cansativa, mas pessoalmente significativa.
Fora parentes e ex-membros do C.A., apenas duas pessoas amigas presentes...

# Quarta, 22 de fevereiro - Resultado oficial do concurso para Médico efetivo do PSF de São Bras: três vagas, peguei a primeira.

# Quinta, 23 de fevereiro - reunião na sede do Conselho Regional de Medicina:
entrega das carteiras de identidade do conselho, para o que tiveram o disparate de me cobrar 299 reais, sem parcelamento (!!!), pagos graças a um emprestimo do Andre e do Samuel...

Agora que passou a parte fácil (???) vamos para a difícil: continuar na batalha.




"Dinheiro é um pedaco de papel
Dinheiro é um pedaco de papel
Dinheiro é um pedaco de papel
Dinheiro é um pedaco de papel...

O céu é um, o céu é um
O céu na foto é um pedacço de papel,
Pega fogo fácil
Depois de queimar dinheiro vai pro céu
Como fumaça

Também é fácil rasgar
Como as cartas e fotografias
Aí não se usa mais
Aí não se usa mais
Porque dinheiro é um pedaço de papel
Um pedaço de papel é um dinheiro
Dinheiro é um pedaço de papel

Pode até remendar com durex
Mas não é tudo mundo que aceita
O que não se quer melhor não comprar
O que não se quer mais
Melhor jogar fora do que guardar em casa
Dinheiro tem valor quando se gasta
Um pedaço de papel é um pedaço de papel
Dinheiro não se leva para o ceu..."

(Arnaldo Antunes e Jorge Benjor)

EU AMO ESSE SOM!

sexta-feira, 27 de janeiro de 2006

Latejante


Mood:  chillin'

Depois de muuuuito tempo, uma dor de dente. Cara... eu já nem lembrava mais como isso era desnorteante! Quatro hipóteses odontológicas leigas:

1) Cárie;
2) Gengivite;
3) Meu terceiro molar inferior direito deve ter retomado sua marcha, como um vulcão reativado dentro da boca. Talvez os dentes não tenham muita coisa pra fazer lá dentro, e de uma hora pra outra resolvem: "opa, hoje vou continuar a crescer e acabar com esse tédio!";
4) E última, mas em anexo as outras três: meus mais de dez anos sem sentar em uma cadeira de dentista devem ter resolvido cobrar seu preço...

Mais um item pra incluir na "lista das coisas a fazer a partir do primeiro salário". Falando nelas:

==> Poupança pra tirar um carro ate o fim do ano
==> Medcurso 2006
==> Psicólogo pro Otávio
==> E talvez um pra mim, também
==> AiKiDo pro Otávio
==> Aluguel (executar MCZ-17)
==> Livros
==> Voltar pra academia
==> Trocar a armação dos óculos
==> Mais livros
==> E agora, um dentista! |:-(

Mas, independente da dor, o que importa é que amanhã vou viajar 208 quilometros de ônibus pra fazer uma prova de concurso...

Salve a dipirona!

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Esqueci de anotar de onde veio essa foto...

domingo, 1 de janeiro de 2006

Minha noite de reveión...

Mood:  blue
 


Escrito por Cazuza, quando soube da morte de sua avó, em parceria com Frejat. 

Ney Matogrosso pediu autorização aos pais dele para gravar e cunhou uma das coisas mais bonitas já cantadas em português, na voz fantástica, andrógina e irretocável de Ney.

 
==> Feliz 2006


POEMA

"Eu hoje tive um pesadelo e levantei atento,
a tempo
Eu acordei com medo e procurei no escuro
Alguém com seu carinho e lembrei de um tempo
Porque o passado me traz uma lembrançaa
Do tempo que eu era criança
E o medo era motivo de choro
Desculpa pra um abraço ou um consolo

Hoje eu acordei com medo mas não chorei
Nem reclamei abrigo
Do escuro eu via um infinito sem presente
Passado ou futuro
Senti um abraço forte, já não era medo
Era uma coisa sua que ficou em mim,
que não tem fim

De repente a gente vê que perdeu
Ou está perdendo alguma coisa
Morna e ingênua
Que vai ficando no caminho
Que é escuro e frio mas também bonito
Porque é iluminado
Pela beleza do que aconteceu
Há minutos atrás..."